Contrabandistas de cigarro "perdem" R$ 87,7 milhões em mercadorias em MS

Cidades localizadas na fronteira do Estado com o Paraguai e a Bolívia são as rotas preferidas dos contrabandista

Por Redação em 03/02/2025 às 09:08:03
Cigarros ilegais do Paraguai são facilmente encontrados no comércio de Campo Grande e custam metade do preço de marcas legalizadas

Cigarros ilegais do Paraguai são facilmente encontrados no comércio de Campo Grande e custam metade do preço de marcas legalizadas

Ao longo do último ano, a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul. Conforme a base de dados da PF, as apreensões ocorreram nas cidades de Mundo Novo (6), Ponta Porã (5), Campo Grande (4) e Corumbá (1).

O maior número de apreensões ocorreu no município de Mundo Novo, cidade que faz fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai, líder na estatística de valores apreendidos – R$ 37.125.882 em 2024 –, com destaque para a operação realizada em dezembro do ano passado, ocasião em que a Polícia Federal apreendeu R$ 17.272.755 em cigarros contrabandeados.

Outro município que foi destaque entre as áreas de apreensão é Ponta Porã, cidade situada na fronteira com o município paraguaio de Pedro Juan Caballero, parte do departamento de Amambay, onde, em 2024, foram apreendidos R$ 23.860.556 em cigarros contrabandeados.

Do mesmo modo, Campo Grande compõe uma das rotas preferenciais dos contrabandistas que compram o produto na região de fronteira, e foram apreendidos no município R$ 25.751.675 em cigarros contrabandeados. Em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, a PF apreendeu R$ 1.033.077 em cigarros ilegais.

Os números são ligeiramente inferiores ao montante apreendido em 2023, quando a PF interceptou o montante de R$ 110.798.300 em cigarros ilegais, por meio de 22 operações ao longo do ano, que ocorreram em Mundo Novo (9), Ponta Porã (8) e Campo Grande (5).

Cabe destacar que, em outubro do ano passado, um comboio com 14 carretas da Receita Federal, com aproximadamente R$ 43,9 milhões em cigarros (R$ 39 milhões em cigarros paraguaios), saiu da alfândega de Mundo Novo e teve por destino Foz do Iguaçu, no Paraná, local em que os 6 milhões de maços do produto foram destruídos.

Na ocasião, também foram descartados 167 mil unidades de cigarros eletrônicos, avaliadas em R$ 4,9 milhões.

A ação foi parte da Operação Fronteira, de combate ao mercado ilegal de mercadorias nas fronteiras entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Um levantamento realizado pelo Correio do Estado na sexta-feira mostra o motivo que leva o produto a ser mito consumido por fumantes. A reportagem encontrou o maço de cigarro paraguaio Fox, por exemplo, sendo vendido a R$ 3 em Campo Grande, além do pacote com 10 maços a R$ 26,00.

Em um dado comparativo, o cigarro brasileiro Camel é vendido por R$ 6,50, já o pacote com 10 maços é comercializado a R$ 65, diferença de R$ 3,50 por maço e de R$ 39 pelo pacote com 10 maços.

Os números são ligeiramente inferiores ao montante apreendido em 2023, quando a PF interceptou o montante de R$ 110.798.300 em cigarros ilegais, por meio de 22 operações ao longo do ano, que ocorreram em Mundo Novo (9), Ponta Porã (8) e Campo Grande (5).

Cabe destacar que, em outubro do ano passado, um comboio com 14 carretas da Receita Federal, com aproximadamente R$ 43,9 milhões em cigarros (R$ 39 milhões em cigarros paraguaios), saiu da alfândega de Mundo Novo e teve por destino Foz do Iguaçu, no Paraná, local em que os 6 milhões de maços do produto foram destruídos.

Na ocasião, também foram descartados 167 mil unidades de cigarros eletrônicos, avaliadas em R$ 4,9 milhões.

A ação foi parte da Operação Fronteira, de combate ao mercado ilegal de mercadorias nas fronteiras entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Um levantamento realizado pelo Correio do Estado na sexta-feira mostra o motivo que leva o produto a ser mito consumido por fumantes. A reportagem encontrou o maço de cigarro paraguaio Fox, por exemplo, sendo vendido a R$ 3 em Campo Grande, além do pacote com 10 maços a R$ 26,00.

Em um dado comparativo, o cigarro brasileiro Camel é vendido por R$ 6,50, já o pacote com 10 maços é comercializado a R$ 65, diferença de R$ 3,50 por maço e de R$ 39 pelo pacote com 10 maços.

TRÁFICO DE DROGAS

Matéria do Correio do Estado de janeiro deste ano mostrou que, entre os 1.759 inquéritos instaurados pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul no último ano, 461 eram relacionados ao tráfico de drogas e outros 376 ao contrabando, os dois tipos de crimes mais comuns praticados no Estado.

No caso do tráfico de drogas, o número representa 11,7% das investigações abertas para apuração desse crime em todo o Brasil.

Conforme detalhamento feito pela Polícia Federal, a pedido do Correio do Estado, entre as 1.759 investigações iniciadas no ano passado, a maioria foi aberta pelos crimes de tráfico de drogas (397 processos, mais 64 por associação para o tráfico), contrabando (376) e descaminho (295).

Ao todo, esses quatro crimes representam 1.132 inquéritos, o equivalente a 64% do total de investigações abertas em Mato Grosso do Sul no ano passado.

Em entrevista ao Correio do Estado, o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D"Ângelo, falou sobre a atuação da corporação, além das características do que categorizou como crimes proeminentes da região.

Cabe destacar que o crime de contrabando decorre da importação ou da exportação de mercadoria proibida no Brasil, caso de cigarros e medicamentos, enquanto o descaminho corresponde às fraudes, como o não pagamento de tributos de importação, exportação e consumo.

"As características de Mato Grosso do Sul nos colocam diante da seguinte realidade, a nossa "vocação" é o contrabando, o descaminho e o tráfico de drogas. Temos aqui a fronteira com a Bolívia e o Paraguai, então, é um prato cheio para [a droga] chegar. Nossa atuação pesada é aí", frisou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), entre janeiro e dezembro de 2024, foram apreendidos 579,432 toneladas de maconha e 17,602 toneladas de cocaína em todo o Estado, que é líder entre as 27 unidades federativas do País, à frente do Paraná, com 436,451 toneladas, e de São Paulo, com 136,241 toneladas, respectivamente, segundo e terceiro colocados na lista.

Conforme o superintendente da PF, as características de crimes como o tráfico de drogas e o contrabando fazem com que a Polícia Federal se articule cada vez mais para frear o fluxo de drogas em todo o Estado.

As investigações são realizadas conjuntamente com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), força-tarefa composta pela Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Judiciária Civil, a Polícia Militar e o Sistema Penitenciário.

Questionado quanto ao retorno financeiro dessas apreensões relacionadas ao descaminho e ao contrabando aos cofres do Estado, Carlos D"Ângelo afirmou que o processo é moroso, uma vez que os trâmites judiciais tardam a serem finalizados.

"Mato Grosso do Sul, relativamente ao tráfico de drogas, foi o [estado] que mais aprendeu no ano passado. Em termos de bens e valores, nós superamos os milhões de reais, mas daí a fazer isso virar dinheiro para a segurança pública é uma longa caminhada", explicou o superintendente da PF.

PORTO MURTINHO

De acordo com Carlos Henrique Cotta D"Ângelo , há um estudo técnico da Polícia Federal, com o governo federal e o Ministério da Justiça, que viabilize a criação de uma delegacia em Porto Murtinho, projeto que é parte, segundo D"Ângelo, do funcionamento da Rota Bioceânica.

"Tecnicamente, já tem toda autorização para fazer. O pessoal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes [Dnit] tem um estudo, uma licitação de uma obra gigante, em que eles vão fazer uma espécie de "minicidade" ali, onde vão contemplar os órgãos todos", destacou o superintendente ao Correio do Estado.

As instalações da Delegacia da Polícia Federal em Porto Murtinho devem contar, segundo o superintentende da PF em MS, Carlos Henrique Cotta D"Ângelo, com prédios da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do setor da agricultura, a serem cedidos pelo Dnit, além do alinhamento com a aduana paraguaia.

Fonte: Correio do Estado

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